Após 17 meses do go-live, o Open Finance é realidade e os indicadores apresentados no primeiro relatório semestral do Open Finance mostram a evolução do ecossistema
Segundo o Primeiro Relatório Semestral do Open Finance Brasil, publicado no dia 16/08/22, muito foi feito no Open Finance Brasil e ainda há muito a ser feito. O relatório sustenta com números a evolução do processo de abertura no Brasil e destaca, por exemplo, que nos últimos 3 meses houve um “boom” de novas chamadas de sucesso das APIs, o que comprova o engajamento crescente das instituições, bem como da população no novo sistema financeiro.
DO OPEN BANKING AO OPEN FINANCE: JÁ FIZEMOS HISTÓRIA!
Depois de dois anos já podemos considerar que o modelo Open já tem uma história, entretanto, foram muitas tentativas, erros e acertos de muitos profissionais envolvidos para podermos olhar para trás hoje e compreendermos, afinal, de forma mais consistente do que se trata a evolução do Open Banking ao Open Finance.
O Open Banking é uma forma automatizada e regulada de compartilhamento de dados no sistema financeiro, com o consentimento (autorização explícita) do dono do dado (usuário) e sob regulação e supervisão do Banco Central. Tudo isso por meio de uma plataforma tecnológica e segura disponibilizada pela Estrutura Inicial de Governança.
O material enfatiza ainda os fatores motivadores para a criação do Open Banking como, por exemplo, o surgimento de novos players (as fintechs por exemplo) que oferecem formatos de serviços financeiros disruptivos, além do alinhamento com o contexto do Open Banking global e de ganhos como agilidade, interoperabilidade, autonomia do usuário, bem como muitos outros que justificam a empreitada.
É importante ressaltar que os 5 pilares que que norteiam o Banco Central no que diz respeito ao Open banking:
- INCLUSÃO: Facilitar acesso aos mercados financeiros, favorecendo a inclusão da população ainda não bancarizada.
- COMPETITIVIDADE: Incentivar a concorrência nos sistemas financeiro, bem como de pagamentos.
- TRANSPARÊNCIA: Melhorar a transparência, a qualidade e o fluxo das informações de mercado e do Banco Central.
- EDUCAÇÃO: Estimular a poupança e a participação consciente no mercado.
- SUSTENTABILIDADE: Promover finanças sustentáveis e contribuir para redução de riscos socioambientais e climáticos na economia e no Sistema Financeiro.
Na transição de Open Banking, quando se tratava apenas do sistema financeiro, para Open Finance que traz cobertura ampla de escopo do ecossistema, e deve contemplar também dados gerais de seguros, previdência, credenciamento, câmbio e investimentos, o BC demonstra o que já foi entregue:
Fonte: 1º Relatório Semestral Open Banking Brasil Link: https://openbankingbrasil.org.br/relatorio-semestral-agosto-2022/
Para que estas etapas fossem cumpridas houve muito investimento e trabalho de
profissionais que, à medida que o nível de complexidade técnica aumentava, aumentavam também os grupos técnicos de trabalho que hoje são 25 com mais de 600 participantes.
Os resultados de todo esse investimento são visíveis nos cases apresentados, que mostram que o fomento à inovação com o avanço do Open Finance nos beneficia a todos com novos produtos e serviços financeiros com possibilidade de expansão para outros setores da economia.
“Fluidez no compartilhamento de dados e realização de pagamentos possibilitada pelo Open Finance fomenta surgimento de inovações no Brasil”
OS NÚMEROS INDICAM QUE AINDA HÁ MUITO POR VIR
Analisamos os números do relatório e cruzamos com as demandas que enfrentamos junto aos nossos clientes no dia a dia e podemos dizer que apesar de todo avanço nos dois últimos anos, o Open Finance ainda está sendo puxado pelo Banco Central, portanto ainda há muito o que fazer.
O QUE O MERCADO NOS CONTA
Segundo Ligia Novazzi, COO & Sócia da Teros, estes são alguns dos principais problemas na linha de frente do Open Finance:
- Players inseguros em como vão extrair valor desse processo
- As discussões ainda estão muito teóricas
- Dificuldade em encontrar iniciativas bem sucedidas de uso de informações embarcadas em negócios
- Necessidades de ajuste na infra de Open Banking que já está embarcada nas empresas
Quando olhamos a quantidade de informações divulgadas pelo Banco Central só nesse último mês, fica claro que as possibilidades são inúmeras, mas como esse processo envolve muita tecnologia que ainda está amadurecendo, a implantação de soluções passa longe de ser trivial o que acaba direcionando os esforços para garantir o bom funcionamento do que foi implantado até o momento.
O cenário começa a ficar mais positivo com o término da greve do banco central. Assim, os processos voltaram a andar, e o Banco Central voltou a incentivar o Open Finance (que pode ser visto pelo aumento de chamadas de APIs no último mês).
“O papel do Banco Central é muito importante porque o Open Finance é
mais interessante para as empresas quanto maior o número de adesões
e maior o número de informações transacionadas”
Em resumo, o desafio agora é o Open Finance deixar de ser puxado pelo Banco Central e ser abraçado por todos, principalmente pelas pessoas físicas. Portanto, esse processo deve ser liderado por empresas como a Teros, que unem a capacidade Tecnológica com ampla experiência de soluções práticas que utilizam inteligência de dados. Dessa forma, agora é o momento ideal de aproveitar as vantagens do Open Finance.
Quem trabalha com dados sabe que o grande trunfo de qualquer modelagem, algoritmo ou ideia “disruptiva” é a qualidade dos dados. E o Open Finance é isso, qualidade e veracidade de informações.
Muito se discute de ideias disruptivas, mas as instituições financeiras ainda sofrem com atualização cadastral! Veja, por exemplo, que interessante, apenas ter o endereço certo para mandar a cobrança reduz a inadimplência!
Em economia, um dos problemas que impedem o mercado de alcançar o equilíbrio competitivo é a assimetria de informação. Assim, a adesão ao Open Finance trará benefícios importantíssimos para a economia como um todo, inclusive em termos de precificação (veja mais neste artigo). E esse é o principal fator de engajamento da Teros no Open Finance.