Pressão inflacionária em insumos, restrições orçamentárias do consumidor final, maior competitividade, digitalização das áreas. Saiba as perspectivas setoriais de pricing, o que esperar e como a área de pricing pode se antecipar
BENS DE CONSUMO
O setor de bens de consumo pode sofrer uma pressão inflacionária em insumos, ao mesmo tempo em que a ponta, ou seja, o consumidor final, passa por um momento delicado, com restrições orçamentárias. Esse cenário acaba aumentando a competição entre empresas, que precisam criar estratégias alternativas, como utilização de alçadas de descontos. As áreas de pricing precisarão manter-se fiéis às suas metas originais e serem rápidas nas tomadas de decisões.
VAREJO
O varejo é por definição uma área muito dinâmica. Em 2022 enfrenta um cenário brasileiro complicado em relação à renda do consumidor, com pouca renda disponível. Quando a renda está menor, o consumidor precisa escolher melhor o que vai comprar. Neste sentido, é importante que as empresas de varejo garantam que a venda ocorra, para não perder o cliente, mesmo que a compra seja de menor valor. Por isso, as áreas de pricing das empresas precisam aumentar sua eficiência. Na prática, isso significa ganhar dinamismo para avaliar indicadores de mercado, criar estratégias voltadas para análise de portfólio e de canais – conhecidas como omnichannel – e apostar em produtos com margens maiores.
EDUCAÇÃO
O setor de educação passou por uma mudança de concepção de valor dos alunos em relação a cursos online. Houve uma mudança grande no mercado: os cursos presenciais costumavam ser distantes dos cursos online, em geral, com um valor maior. Agora existe um híbrido, onde a percepção de valor dos cursos online está sendo reavaliada. O desafio para as áreas de pricing é o de conseguir reposicionar os preços captando essas diferenças de percepção dos alunos.
SERVIÇOS
O setor de serviços espera ansiosamente por uma melhora devido ao final das restrições da pandemia. Ao mesmo tempo, durante a pandemia, ocorreu um grande passo no sentido de digitalização dos processos, que torna o setor mais competitivo, com preços sendo revisados com mais facilidade. É importante que as áreas de pricing criem novas estratégias tanto para aproveitar a retomada quanto para conviver em um cenário mais competitivo.
INDÚSTRIA
O setor industrial teve limitação de produção e de oferta, como também pressão inflacionária em relação a custos. Em resumo, o produto industrial ficou mais caro. Em 2022 não haverá mais tanto espaço para subir os preços, então o desafio é definir estratégias alternativas de pricing, como análise de portfólio, descontos condicionados, descontos por volume, etc.
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
As perspectivas setoriais de pricing para indústria farmacêutica são boas, é uma das poucas que não sofreu. Sai fortalecida e o objetivo agora é investir, melhorar processo, a digitalização das áreas, para conseguir continuar melhorando a performance, a eficiência e rentabilidade do setor.
TRANSPORTES
O setor de transportes tem sido cada vez mais demandado na modalidade carga fracionada devido ao crescimento do comércio online. Por outro lado, os custos desse setor também subiram bem. O desafio – ao mesmo tempo pode ser visto como uma oportunidade – é o setor de pricing dinamizar seu processo para conseguir manter seu preço competitivo a nível do cliente e entender suas particularidades de forma rápida e organizada. Para isso é preciso ter dados de qualidade e algoritmos de processamento eficientes.
SETOR FINANCEIRO
O setor financeiro teve um aumento da competição nos últimos anos, principalmente por causa das soluções e produtos online. Com as novidades no setor em relação ao ecossistema de Open Banking e Open Finance, a competição vai subir muito mais ainda. Um setor acostumado com margens altas e confortáveis precisa repensar e revisar a forma de trabalho.