Faremos um zoom neste artigo, no Open Finance como “data sharing”, que habilita as pessoas físicas e jurídicas, a partir do seu consentimento, a compartilharem seu histórico financeiro para obter algum tipo de benefício ou usufruir de um serviço a partir do dado compartilhado.
Se você já ouviu falar de Open Banking, sabe que pode significar muitas coisas para muitas pessoas. Para alguns, o Open Banking que agora é chamado no Brasil de Open Finance, entende-se como pagamentos diretos; para outros, refere-se a transações diretas com terceiros e para a maioria das pessoas, segundo uma recente pesquisa que a Teros fez, está relacionado ao compartilhamento de seus dados financeiros com outra instituição ou até mesmo uma terceira parte.
Open Finance como “data sharing” já era feito por algumas empresas no Brasil, como o Guia Bolso, por exemplo, pelo método do Screen Scraping que é um processo pelo qual uma pessoa insere seu nome de usuário e senha para que um agregador de terceiros possa “raspar” seus dados e usar em outro site.
Para isso, é preciso liberar seu login e senha do banco, por exemplo, para ter acesso a outros serviços oferecidos a partir desse dado.
Nos Estados Unidos, há mais de 20 anos, diversas empresas utilizam o Screen Scraping ou Web Scraping como gostam de chamar, com um propósito legítimo e centenas de milhões de contas e conexões atualmente dependem dele.
O cenário de “data sharing” fica interessante e o conflito é evidente quando confrontamos
Screen Scraping com o Open Finance.
Sendo uma empresa de governança de dados, como somos aqui na Teros, nossa visão é muito otimista em relação às soluções de Open Finance, pois traz uma série de benefícios em relação a qualquer modelo que opera ou operava o Screen Scraping.
REGRAS CLARAS PARA O “DATA SHARING”
Ter uma regulação cria um padrão, traz confiança, segurança para quem compartilha os dados, os usuários e as empresas que querem construir modelos de negócios baseados em dados. Além disso, apresenta uma padronização tecnológica, neste caso, as APIs. Embora existam regulações diferentes em outros países, todos estão adotando a mesma tecnologia. Assim, compartilhar dados pelo Open Finance é a maneira que mais resguarda os consumidores, pois estão protegidos pela regulação de open finance do seu país.
DIMINUIÇÃO DO RISCO
No Open Finance, as credenciais de segurança são claras e seguem um padrão de segurança mínimo definido pela regulação. Ou seja, tem um padrão com fiscalização. Isso é muito benéfico para os consumidores e nivela o tipo de empresa que pode ter acesso aos dados. Isso não acontece com empresas fora do setor e enquadradas na regulação de Open Finance. Já no Web Scraping, os padrões de segurança são os que foram definidos pela empresa que está solicitando os dados, ou seja, podem ser bons ou fracos.
CONSENTIMENTO PARA FINALIDADE ESPECÍFICA
O compartilhamento de dados via Scraping traz riscos, conforme evidenciado por certas violações de dados em setores tangenciais. Algumas empresas não têm salvaguardas suficientes para evitar fraudes e violações de dados. Sempre que nomes de usuário e senhas são compartilhados, há uma chance de hackers e roubos. Também pode ser muito difícil rastrear onde as credenciais terminam, potencialmente colocando as informações do cliente em perigo. No Open Finance, isso é muito diferente, pois os consumidores não compartilham suas senhas, um consentimento é fornecido a cada evento que solicitar o uso dos nossos dados para uma finalidade específica. Muito mais seguro.
RASTREABILIDADE
No Scrapping de Dados é difícil controlar se o intermediário, no momento que está “raspando seus dados” com acesso concedido, continua acessando os dados do cliente após o login – especialmente se o intermediário tiver fins lucrativos e for vender dados do cliente para outras empresas. Já no Open Finance, todas as transações de dados possuem uma “log” e são obrigatoriamente armazenadas pelo transmissor e pelo receptor dos dados. Isso permite que o consumidor consulte a qualquer tempo, quando e para quem seus dados foram compartilhados.
WEB SCRAPING NA ÁREA DE PRICING
O risco de usar o Web Scraping (coletar preços de concorrentes) para precificar é que o método não repara um engano comum das empresas que é colocar demasiado esforço para se igualar ou não ao preço do concorrente, quando, o ponto crucial, está em entender o valor que a sua proposta tem para o seu cliente. Não é necessário ter o valor real do concorrente para saber como precificar e, por isso, as empresas precisam começar a procurar soluções mais adequadas. Nesse sentido uma solução de Inteligência de Dados para Pricing, integrada ao mundo Open, ajuda na construção do valor do produto ou serviço perante o seu público, algo que vai muito além do Web Scraping.