Novas tendências de consumo e os desafios de precificação

Saiba o que indica a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018) divulgada em outubro de 2019. Como essa pesquisa é a responsável por ponderar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pode-se ver seu impacto pela composição do índice. Confira mais sobre as novas tendências de consumo e os desafios de precificação.

Segundo o IBGE, a partir de 2020, serão incluídos serviços de streaming e transporte particular por aplicativo, combos de telefonia, TV e internet por assinatura e conserto de aparelhos celulares na cesta de consumo que forma o IPCA, juntos, estes itens representarão cerca de 2,25% do índice. Produtos que já não mais representam o consumo do brasileiro serão retirados da composição do índice, como por exemplo máquinas fotográficas, aparelhos de DVD, telefone público e assinatura de jornal.

 

Esse resultado deixa claro um padrão: todos os itens incluídos no índice estão ligados ao uso de Smartphones ou da internet de maneira ampla. Seguindo as tendências globais, os mercados consumidores estão ficando cada vez mais digitais. As inovações tecnológicas dos últimos anos rapidamente ganharam espaço e caminham para ditar a maneira como os consumidores se relacionam com as empresas, além de terem criado diversos novos mercados.

 

Segundo o relatório “10 Principais Tendências Globais de Consumo” divulgado no começo do ano de 2019 pelo Euromonitor Internacional, consumidores mais do que nunca têm informações sobre produtos a sua disposição. Os preços de diferentes concorrentes, condições de entrega, parcelamento, descontos, qualidade do serviço prestado etc. estão todos a um clique.

Além disso, os consumidores cada vez mais buscam entender dos produtos que adquirem e já não aceitam mais apenas na palavra de marcas ou especialistas, eles preferem buscar avaliações de outros consumidores ou pessoas de confiança para tomar suas decisões.

O relatório da Euromonitor também evidencia a importância crescente que os consumidores atribuem ao tempo, uma vez que eles se têm demonstrado dispostos a pagar um prêmio por certas comodidades. Esse fenômeno é mais pronunciado entre as faixas mais jovens da população. Essa é uma tendência clara quando se observam alguns dos novos serviços surgidos na última década que fazem parte do dia-a-dia do consumidor: aplicativos de transporte, delivery de comida e bens de consumo em geral, bancos digitais totalmente operados por smartphones, etc. Essas soluções buscam dar mais autonomia e praticidade para o consumidor em categorias de serviço que antes exigiam deslocamento e possuíam restrições de horário, por exemplo.

De maneira crescente, novos fatores, além do preço, serão levados em conta na decisão do consumidor. Estes valorizam como nunca a experiência da compra, os métodos empregados na produção e a transparência com a qual as empresas prestam seus serviços. Assim, uma precificação correta passa por entender o posicionamento de seu produto e extrair toda a informação possível sobre a demanda. Se, por exemplo, uma empresa de entregas possui prazos menores que seus concorrentes, ela poderia precificar o quanto os consumidores estão dispostos a pagar por essa vantagem e ganhar rentabilidade sobre esse diferencial frente à concorrência.

 

Espera-se, para os próximos anos, um crescimento acelerado do mercado digital. Ano após ano, o e-commerce cresce a taxas acima de 10% ao ano, muito superiores às taxas de crescimento do comércio tradicional. Este cenário se verifica tanto no Brasil quanto no resto do mundo,  indicando uma alteração na composição do mercado. Players entrantes vêm ganhando relevância, devido às reduzidas barreiras à entrada  do mercado digital. Por exemplo, a criação de marketplaces digitais permite que pequenos lojistas tenham abrangência nacional. Quanto maior for a concorrência e o nível informacional dos consumidores, menor será o poder de mercado das empresas e, consequentemente, suas margens de lucro serão comprimidas. Isso será compensado por um crescimento drástico da demanda potencial de cada empresa, já que os canais digitais permitem que elas atinjam mercados antes inacessíveis.

Assim como os consumidores extraem benefícios diretos de um maior nível de informação na economia, um grande leque de oportunidades é aberto pela tecnologia para o lado da oferta. Pesquisas concorrenciais, por exemplo, podem ser feitas em uma dimensão muito maior do que jamais foi possível com o uso de meios físicos tradicionais. As empresas também podem acompanhar de forma muito mais eficaz o comportamento de seus consumidores de modo a direcionar campanhas de marketing e recomendações de compra para diferentes públicos de acordo com seus respectivos interesses e padrões de consumo. Com consumidores munidos de informação, empresas que melhor consigam identificar as especificidades de seus mercados e entender o comportamento de seus consumidores terão a vantagem de entregar um produto mais adequado à demanda dos consumidores e, dessa forma, exceder os resultados de seus concorrentes, além de se apropriar da maior parte do crescimento e transformação do mercado.

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