Inicialmente prevista para julho, a segunda fase da implementação do open banking entrou em vigor em agosto deste ano. Confira os motivos para o atraso

O open banking vem sendo implementado aos poucos no Brasil e quem regula todo o processo é o Banco Central (BC). Após atraso de quase um mês, a segunda fase do sistema (2ª fase da implementação do open banking) – caracterizado por infraestrutura de TI que permite troca de dados simples e rápida entre instituições financeiras – finalmente teve início em agosto deste ano. Neste artigo, publicado inicialmente no portal UOL, explicamos o motivo do atraso. Entenda:

Atraso na infraestrutura

A razão do adiamento é simples: a maior parte dos bancos está atrasada na implementação da infraestrutura, que nesta etapa permitirá o acesso a dados, como histórico de crédito e movimentação bancária, dos clientes que assim autorizarem.

“Eu diria que 80% dos players estão atrasados nos prazos. A maior parte dos bancos priorizou soluções internas, e agora buscam complementar algumas etapas contratando terceiros”, explica Juan Ferrés, fundador da consultoria Teros, que desenvolve estratégia de dados e soluções para open banking.

A preocupação sobre os inúmeros desafios da implementação do open banking não aparece somente nos bancos. Muitas financeiras do varejo, por exemplo, que possuem todo o interesse em ter acesso a dados que revelem um perfil mais claro do comportamento financeiro dos brasileiros, só devem entrar em 2022 na fase de compartilhamento de informações.

 

Para as financeiras, a adesão ainda é opcional. A entrada na segunda fase é obrigatória somente para os maiores bancos do país, ou seja, instituições de porte acima do equivalente a 1% do PIB (Produto Interno Bruto).

Tempestade regulatória perfeita

 

Além da implementação dessa nova infraestrutura ser bastante complexa, o fato é que há uma espécie de tempestade regulatória perfeita quando o assunto é tecnologia no setor financeiro.

 

Do ano passado para cá, houve mudanças de regras para instituições de pagamentos, implementação e uma série de aprimoramentos no Pix (novo sistema de pagamentos instantâneos do BC), novas regras para registro de recebíveis de cartão e o open banking, cuja primeira fase entrou em operação em 1º de fevereiro deste ano.

 

“Muitas instituições estão se dando conta de que não têm braço para fazer tudo”, explica o fundador da Teros. “As mesmas instituições estão tendo que cumprir quatro frentes regulatórias ao mesmo tempo. Recentemente, o BC ainda anunciou a moeda digital internacional”.

 

Na avaliação de Ferrés, as instituições financeiras não estão enfrentando problemas com a fase de implementação das APIs (Application Programming Interface, em inglês, ou Interface de Programação de Aplicativos), que é a especificação de como o open banking deve funcionar.

 

Entretanto, esse módulo representa somente 20% do que precisa ser feito, segundo ele, já que transformar a infraestrutura em uma funcionalidade que permita o desenvolvimento de produtos um pouco mais sofisticados é bem mais difícil. Metade das instituições financeiras deram prioridade para soluções caseiras na implementação do open banking, mas a tarefa se mostrou muito mais complexa do que o esperado.

“Tem muita gente entrando com uma solução muito simplificada, mas qualquer coisinha a mais que precisa fazer, já não é possível”, aponta Ellen Muneratti, CEO de open banking da Teros. “A intensidade dos requisitos regulatórios está fazendo parte das empresas revisitar a posição de aderirem ao sistema”.

Busca por solução de fora e gargalo de mão de obra

De acordo com a Teros, o interesse de instituições financeiras em buscar soluções de terceiros aumentou de forma considerável. “No ano passado, tínhamos cinco, no máximo 7 conversas em andamento. Agora temos de 70 a 100 interessados. O interesse se multiplicou por pelo menos 10”, afirma Ferrés.”

 

Agora que você já entendeu melhor o que é a fase dois, saiba mais sobre a próxima etapa do open banking! Nós falamos sobre a terceira fase, prevista para começar dia 29 de outubro, em um webinar recheado de informações! Confira: https://www.youtube.com/watch?v=P97zFALactA 

Compartilhar:

PUBLICAÇÕES RELACIONADAs

Sistema de Gestão de Custos: Processos, Tecnologia e Pessoas

Regulatório nas Apostas Online Molda o Futuro do Setor

Fique Atento ao Escolher sua Estratégia de Iniciação de Pagamento no OpF

Sistema de Gestão de Custos: Processos, Tecnologia e Pessoas

Regulatório nas Apostas Online Molda o Futuro do Setor

Fique Atento ao Escolher sua Estratégia de Iniciação de Pagamento no OpF

automação de processos se torna essencial na indústria farmacêutica.

Automação de Processos: Oportunidades para a Indústria Farmacêutica

Seu desafio é único.

Vamos construir essa jornada juntos?