Governança de dados e IA: por que validação e acompanhamento são cruciais — e o que dá errado quando eles não existem

Governança de dados e IA: por que validação e acompanhamento são cruciais — e o que dá errado quando eles não existem

Governança de dados e IA: por que validação e acompanhamento são cruciais — e o que dá errado quando eles não existem 

Por Lígia Lopes 

Transformar uma análise estática — feita com um recorte de dados, em um momento específico — em um processo dinâmico e automatizado é como sair do laboratório e ir para a rua em hora de pico. O ambiente muda, os fluxos variam, e aquilo que funcionou impecavelmente no teste pode virar ruído na produção. Quando adicionamos Inteligência Artificial (IA) à equação, o ganho potencial cresce — e o risco também. É por isso que governança de dados, validação contínua e acompanhamento (por gestores e por agentes de IA) deixam de ser “boa prática” e passam a ser condição de existência.

Ao trazer esse cenário para realidades como Open Finance e para empresas que utilizam uma plataforma de automação inteligente, o desafio fica ainda mais evidente. A automação não perdoa inconsistências — e por isso a governança precisa estar no centro da estratégia.

O salto do estático para o dinâmico 

Governança de dados e IA: por que validação e acompanhamento são cruciais — e o que dá errado quando eles não existem

No modo estático: 

  • O conjunto de dados é finito e conhecido. 
  • O processo de limpeza e tratamento é executado uma vez. 
  • A interpretação humana fecha as lacunas. 

No modo dinâmico: 

  • Os dados chegam em fluxos com sazonalidade, picos e mudanças de comportamento. 
  • O pipeline de tratamento precisa ser resiliente a anomalias, faltas e formatos imprevistos. 
  • A decisão é executada por sistemas — e o erro escala com a automação. 

Esse salto exige que o padrão de validação que você aplica manualmente vire sistema. Em outras palavras: o que antes era “olho clínico + intuição + checklist mental” deve se tornar guard-railes codificados e agentes de verificação. É aqui que a automação inteligente se mostra indispensável.

O que pode dar errado (e dá) 

  1. Alucinação de modelos: a IA “preenche” lacunas com respostas plausíveis, porém falsas, levando a conclusões erradas. 
  2. Inconsistência entre chamadas: bons resultados na primeira pergunta, respostas divergentes na segunda; isso corrói a previsibilidade. 
  3. Dados fora do contrato: mudanças silenciosas de esquema, unidades, granularidade ou semântica quebram análises. 
  4. Drift (deriva) de dados e de modelo: o mundo muda, o padrão aprendido deixa de valer, e a performance cai sem que ninguém perceba. 
  5. Loops de automação: agentes executam ações com base em sinais ruidosos e reforçam um erro (efeito bola de neve). 
  6. Métricas ilusórias: bons números de precisão/recall no offline que não se traduzem em impacto real no online. 
  7. Ausência de trilha de auditoria: impossível reconstruir “quem decidiu o quê e por quê” quando algo dá errado. 

Esses problemas se multiplicam quando não há governança de dados adequada, algo crítico em ambientes regulados como o Open Finance, onde erros podem significar prejuízo financeiro e perda de confiança do cliente.

Mini-caso: Open Finance em produção

Governança de dados e IA: por que validação e acompanhamento são cruciais — e o que dá errado quando eles não existem

Uma rede varejista implementa Pix via Open Finance recorrente para parcelar vendas. Em homologação, os status (enviado, consentido, agendado, cancelado, pago, não pago) fluem bem. Em produção, duas coisas acontecem ao mesmo tempo:

  1. Mudança silenciosa de payload em uma instituição: o campo payer_id troca de máscara e alguns registros passam a falhar na deduplicação. Resultado: aumento de pagamentos “fantasma” (duplicados) e queda de 12% no match entre cobranças e comprovantes.
  2. Drift comportamental no D+5: usuários começam a cancelar e reagendar cobranças por conta de um feriado regional, alterando o padrão de liquidação esperado.

Como a governança segura o rojão:

  • O Agente Validador detecta anomalia de cardinalidade e quebra de contrato no payer_id; aciona um circuit breaker que muda o fluxo para reconciliação conservadora.
  • O Agente Observador nota o spike de cancelamentos no D+5 e sinaliza drift de status; dashboards mostram a queda no SLO de liquidação.
  • A política de decisão redireciona cobranças acima de um teto para revisão humana e define um fallback para um modelo de score treinado com janelas mais longas.
  • O Agente Árbitro compara três estratégias de reconciliação (chave, valor, heurística temporal) e escolhe a mais estável sob os limites definidos.
  • A trilha de auditoria registra versões de prompts, contratos e decisões. Um playbook orienta a correção da máscara do payer_id na origem e a atualização do contrato de dados.

Desfecho: impacto financeiro contido, falso-positivo reduzido, contratos e testes reforçados; após correção e monitoramento por 7 dias, o sistema é gradualmente revertido ao modo ótimo.

Governança de dados e IA: a importância da validação contínua

Transformar dados em decisões confiáveis exige mais do que pipelines e dashboards: exige automação inteligente, políticas claras, contratos de dados e monitoramento contínuo. O que funciona hoje pode falhar amanhã sem acompanhamento constante — e é aqui que uma plataforma de automação inteligente se torna um aliado estratégico, pois permite padronizar processos de validação, criar agentes de supervisão e manter registros auditáveis para toda operação.

Teros: Governança de Dados e Automação Inteligente em Ação

Governança de dados e IA: por que validação e acompanhamento são cruciais — e o que dá errado quando eles não existem

A Teros atua exatamente nesse ponto de convergência entre governança e automação. Ao combinar expertise em governança de dados com soluções de automação inteligente e integração com plataformas como Open Finance, a Teros garante que decisões críticas sejam escaláveis, auditáveis e resilientes a mudanças de comportamento e de dados. Com isso, empresas conseguem não apenas automatizar operações, mas manter a confiança na operação, reduzir riscos financeiros e acelerar resultados sem abrir mão da segurança e da conformidade.

No próximo artigo, falaremos sobre como implementar essas camadas de governança na prática, incluindo agentes de IA, níveis de maturidade e um roteiro enxuto de implantação para garantir que suas decisões automatizadas funcionem de forma segura e eficiente.

Para saber como a Teros pode ajudar sua empresa a estruturar governança de dados, automatizar processos e aumentar a confiabilidade das decisões com soluções de Infraestrutura Open Finance, entre em contato e descubra soluções personalizadas para o seu negócio!

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