Com o assunto em alta, trouxemos um cenário atualizado para você ficar por dentro e entender tudo sobre moedas digitais emitidas por bancos centrais.
Nos últimos anos, temos presenciado uma crescente discussão em torno das moedas digitais ou CBDCs. O surgimento do Bitcoin em 2009 abriu caminho para uma série de outras criptomoedas, que ganharam popularidade em todo o mundo. No entanto, nos últimos tempos, um novo tipo de moeda digital vem ganhando espaço e chamando a atenção: as moedas digitais emitidas por bancos centrais, ou CBDCs.
Com o objetivo de oferecer mais agilidade, segurança e eficiência para as transações financeiras, as CBDCs têm sido estudadas e implementadas em diversos países ao redor do globo. Diante disso, preparamos um cenário atualizado para você ficar por dentro e entender tudo sobre esse assunto. Então, vamos lá!
CBDCs
CBDCs (Central Bank Digital Currencies), ou Moedas Digitais do Banco Central em português, são uma forma digital de dinheiro emitida e garantida pelo banco central de um país. Ou seja, são uma forma de dinheiro eletrônico oficial, emitido pelo governo.
Têm como objetivo modernizar o sistema financeiro e oferecer uma alternativa mais segura e eficiente para pagamentos e transações financeiras. Elas podem ser usadas para pagamentos de rotina, transferências, compras online e até mesmo para substituir dinheiro físico em alguns casos.
As CBDCs são diferentes das criptomoedas como Bitcoin, pois são emitidas e garantidas pelo banco central do país, enquanto as criptomoedas são descentralizadas e não são garantidas por uma autoridade central. As CBDCs também são regulamentadas e controladas pelo governo, o que pode oferecer maior segurança e estabilidade em relação às criptomoedas.
Em 20 de outubro de 2020, o Banco Central das Bahamas tornou-se a primeira autoridade monetária a lançar uma Central Bank Digital Currency, também conhecida como CBDC. Chamada de Sand Dollar, essa CBDC é uma versão digital do dólar das Bahamas que foi criada com o objetivo de oferecer um acesso mais inclusivo a serviços financeiros regulamentados e pagamentos eletrônicos. Com a implementação da Sand Dollar, espera-se que mais pessoas nas Bahamas tenham acesso a transações financeiras rápidas e seguras, independentemente de sua localização ou situação socioeconômica.
Atualmente, vários países estão explorando a possibilidade de emitir CBDCs, incluindo o Brasil, que está em fase de estudos para o desenvolvimento de sua própria moeda digital do Banco Central.
Real Digital
“Real digital” é um termo que se refere a uma possível moeda digital, um tipo de CBDC, emitida pelo Banco Central do Brasil e seria específico para o Brasil. A ideia é que o Real Digital seja uma forma digitalizada do Real, a moeda própria brasileira, que permitiria transações mais rápidas e baratas do que as realizadas atualmente.
Além disso, embora os CBDCs sejam geralmente projetados para serem usados em transações financeiras regulamentadas, o Real Digital também pode ser usado para fins de pagamento em geral, como uma forma de dinheiro eletrônico.
Outra diferença é que, enquanto algumas CBDCs podem ser baseadas em tecnologia blockchain, o Real Digital ainda não teve sua tecnologia de emissão definida. O Banco Central do Brasil tem estudado diferentes opções tecnológicas para a emissão do Real Digital, mas ainda não divulgou qual será a tecnologia escolhida.
Portanto, embora o Real Digital seja um tipo de CBDC, ele possui características específicas que o diferenciam de outras moedas digitais emitidas por outros bancos centrais, como o Dólar Digital, moeda estadunidense ou o Yuan Digital, moeda chinesa.
Criptomoedas
Já as criptomoedas são moedas digitais criptografadas que utilizam a tecnologia blockchain para garantir segurança e transparência em transações financeiras. Elas são descentralizadas, o que significa que não são controladas por uma autoridade central, como um banco central ou governo. Em vez disso, as transações com criptomoedas são validadas e registradas em uma rede descentralizada de computadores, que garante a integridade e segurança das transações.
Qual a diferença entre uma CBDC e uma criptomoeda?
Enquanto as CBDCs são emitidas por bancos centrais e têm valor garantido, as criptomoedas não são garantidas por nenhuma autoridade central e seu valor pode ser altamente volátil. Além disso, as CBDCs são regulamentadas por autoridades governamentais e podem ser usadas em transações financeiras regulamentadas, enquanto as criptomoedas são frequentemente utilizadas em transações não regulamentadas e podem ter usos mais amplos.
O futuro das CBDCs no Brasil
Depois da criação do cheque, cartão, DOC, TED e Pix, o próximo modelo admitido pelo sistema financeiro brasileiro seria o Real Digital e o país está cada vez mais preparado para emitir sua moeda digital.
No contexto das transações em larga escala (“atacado”), a modalidade de pagamento será realizada de forma virtual, mediante o uso de tecnologias digitais, entre o Banco Central e as instituições financeiras. Por outro lado, no ambiente do varejo, será disponibilizada uma versão do dinheiro sob a forma de um token digital emitido pelo mercado, que chegará ao consumidor final. Em outras palavras, esse token representa o dinheiro utilizado e pode ser trocado ou armazenado eletronicamente, assim como acontece com as contas bancárias.
A nova moeda digital proporciona a realização de transações entre pessoas de forma direta, o que resulta em uma redução significativa nos custos de produção, armazenamento, transporte e distribuição do dinheiro físico.
Além disso, ela possibilita o acesso à população que não possui um banco/conta, bem como fomenta a inovação no setor financeiro, impulsionando o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções. Outra vantagem é que essa moeda pode ser usada em qualquer parte do mundo, sem a necessidade de conversão por meio de bancos.
O projeto-piloto dessa nova modalidade de moeda digital já está em andamento e despertou o interesse de empresas e instituições financeiras. A previsão é que ela seja lançada para a população em geral no final de 2024.
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